MARTHA PAGY ESCRITÓRIO DE ARTE
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Maria Flexa (1996)
Vive e trabalha no Rio
Formada em arte/design pela PUC-RJ, a artista explora diversas técnicas em sua produção, dentre elas pintura sobre tela e papel, aquarela, desenho e bordado. Sua pesquisa atravessa reflexões quanto ao inconsciente, à identidade, e ao corpo encarnado da mulher na sociedade. É integrante da equipe de artistas residentes e gestores do espaço-ateliê Casa Voa, desde 2018. Participou por 2 anos do grupo Encontros e Reflexões de Iole de Freitas na EAV - Parque Lage e é educadora formada pelo curso Arte Ação de Helio Rodrigues.
Pela porta da frente, a entrada expande-se em janelas e corredores, quartos e mais quartos e mais quartos, algumas banheiras e buracos de fechadura, corre rente ao rodapé em busca de possíveis ralos e impossíveis espelhos, espalha-se pelas paredes e mancha o tapete, esconde objetos e revela inexistências que se erguem como mobília do mais hermético lar, chacoalhado, embrulhado, emaranhando-se em si para enfim respirar - do avesso.
Maria Flexa, artista visual carioca, expande o corpo de seu trabalho ao inverter-se em mancha e linha. Retira-se de si para enxergar o que mora dentro das paredes de pele, carne e água. Em meio a muitos meios, busca o centro dos núcleos atômicos para ouvir seu pulsar - o corpo é a morada de tudo que a cabe.
Latências desdobram-se e organizam-se plasticamente a fim de compreender o léxico de seus movimentos inconscientes e como este
comportam-se quando acendemos a luz. Aqui dentro, há pegadas indistintas. Há matéria orgânica em decomposição. Logo ali, atrás da orelha, algumas pulgas. Alguns chumaços. Alguma coisa, sempre há alguma coisa. E, dentro dela, mais outra.
Joana Uchoa